Índia
Índia, oficialmente República da Índia, (em hindi: भारत गणराज्य, Bhārat Gaṇarājya), é um país da Ásia Meridional. É o segundo país mais populoso, sétimo maior em área geográfica e a democracia mais populosa do mundo. Delimitado ao sul pelo Oceano Índico, pelo mar da Arábia a oeste e pela Baía de Bengala a leste, a Índia tem uma costa com 7 517 km de extensão. O país faz fronteira com Paquistão a oeste; República Popular da China, Nepal e Butão ao norte e Bangladesh e Mianmar a leste. Os países insulares do Oceano Índico — Sri Lanka e Maldivas — estão localizados bem próximos da Índia.
Lar da Civilização do Vale do Indo, de rotas comerciais históricas e de vastos impérios, o subcontinente indiano é identificado por sua riqueza comercial e cultural de grande parte da sua longa história. Quatro grandes religiões — hinduísmo, budismo, jainismo e sikhismo— originaram-se no país, enquanto o zoroastrismo, o judaísmo, o cristianismo e o islamismo chegaram no primeiro milênio d.C. e moldaram a diversidade cultural da região. Anexada gradualmente pela Companhia Britânica das Índias Orientais no início do século XVIII e colonizada pelo Império Britânico a partir de meados do século XIX, a Índia se tornou uma nação independente em 1947, após uma luta social pela independência que foi marcada pela extensão da resistência não-violenta.
A Índia é uma república composta por 28 estados e sete territórios da união com um sistema de democracia parlamentar. O país é adécima maior economia do mundo em Produto Interno Bruto (PIB) nominal, bem como a terceira maior do mundo em PIB medido em Paridade de Poder de Compra. As reformas econômicas feitas desde 1991 transformaram o país em uma das economias de mais rápido crescimento do mundo; no entanto, a Índia ainda sofre com altos níveis de pobreza, analfabetismo, doenças e desnutrição. Uma sociedade pluralista, multilíngue e multiétnica, a Índia também é o lar de uma grande diversidade de animais selvagens e de habitats protegidos.

Etimologia
O nome Índia é derivado de Indus, que por sua vez é derivado da palavra Hindu, em persa antigo. Do sânscrito Sindhu, a denominação local histórica para o rio Indus.Os gregos clássicos referiam-se aos indianos como Indoi (Ινδοί), povos do Indus A Constituição da Índia e o uso comum em várias línguas indianas igualmente reconhecem Bharat como um nome oficial de igual status. Hindustão (ou Indostão), que é a palavra persa para a “terra do Hindus” e historicamente referida ao norte da Índia, é também usada ocasionalmente como um sinônimo para toda a Índia.
História
Antiguidade
Os primeiros restos de humanos anatomicamente modernos encontrados na Ásia Meridional datam de aproximadamente 30 mil anos atrás. Sítios arqueológicos com arte rupestre do período Mesolítico foram encontrados em muitas partes do subcontinente indiano, como nos abrigos na Rocha de Bhimbetka, em Madhya Pradesh. Por volta de 7 000 a.C., os primeiros assentamentos neolíticos conhecidos apareceram no subcontinente em locais como Mehrgarh e outros no Paquistão ocidental.Estes locais gradualmente desenvolveram aCivilização do Vale do Indo, a primeira cultura urbana da Ásia Meridional; essa civilização floresceu entre 2 500 e 1 900 a.C. no Paquistão e na região oeste da Índia. Centrada em torno de cidades como Mohenjo-daro, Harappa, Dholavira e Kalibangan, e contando com variadas formas de subsistência, a cultura desenvolveu uma produção robusta de artesanatos e um amplo comércio.
Durante o período de 2000-500 a.C, culturas de muitas regiões do subcontinente fizeram a transição do Calcolítico para a Idade do Ferro.Os Vedas, as escrituras mais antigas do hinduísmo, foram compostas durante esse período e os historiadores têm conectado os textos à cultura védica, localizada na região do Panjabe e na Planície Indo-Gangética. A maioria dos historiadores também consideram que este período abrangeu várias ondas migratórias indo-arianas no subcontinente, de norte a oeste. O sistema de castas, que criou uma hierarquia de sacerdotes, guerreiros e camponeses livres, mas excluiu os povos indígenas ao rotular suas ocupações como "impuras", surgiu durante este período. Sobre o planalto do Decão, evidências arqueológicas deste período sugerem a existência de um estágio patriarcal de organização política.23 No sul da Índia, uma progressão para a vida sedentária é indicada pelo grande número de monumentos megalíticos que datam deste período, bem como por vestígios de agricultura, tanques de irrigação e de tradições deartesanato.
No período védico, por volta do século V a.C., as pequenas tribos do Planalto do Ganges e de regiões do noroeste haviam se consolidado em 16 grandes oligarquias e monarquias que eram conhecidas como os mahajanapadas. A urbanização crescente e as ortodoxias desta época também criaram os movimentos de reforma religiosa do budismo e do jainismo, sendo que ambos se tornaram religiões independentes. O budismo, com base nos ensinamentos deGautama Buda, atraiu seguidores de todas as classes sociais, com exceção da classe média; as narrações da vida de Buda foram fundamentais para o início do registro da história indiana.O jainismo entrou em destaque na mesma época durante a vida de seu "Grande Herói",Mahavira. Em uma época de crescente riqueza urbana, ambas as religiões levantaram a renúncia aos bens materiais como um ideal e estabeleceram monastérios de longa duração. Politicamente, por volta do século III a.C., o reino de Magadha tinha anexado ou reduzido outros Estados para emergir como o Império Máuria.Já acreditou-se que esse império controlou a maior parte do subcontinente com exceção do extremo sul, mas agora acredita-se que as suas regiões centrais eram separadas por grandes áreas autônomas. Os reis máurias são conhecidos tanto pela construção do seu império e determinação na gestão da vida pública, quanto pela renúncia de Asoka do militarismo e de sua promoção dodarma budista.
A literatura sangam, escrita em tâmil, revela que entre 200 a.C. e 200 d.C. o sul da península estava sendo governado pelas dinastias Cheras, Cholas e Pandyas, que comercializavam extensivamente com o Império Romano e com o Sudoeste e o Sudeste da Ásia. Nesse período o território do país também se tornou parte da Rota da Seda, uma rede de rotas comerciaisque ligava o Extremo Oriente à Europa. Por essas estradas os comerciantes indianos vendiam tecidos e especiarias para mercados da Ásia Central, enquanto monges e peregrinos budistas vinham da China, até o período das Grandes Navegações, quando ligações comerciais marítimas foram criadas entre o Ocidente e o Oriente. No norte da Índia, o hinduísmo afirmou controle patriarcal familiar, o que levou ao aumento da subordinação das mulheres.Até os séculos IV e V, o Império Gupta havia criado um complexo sistema fiscal e de administração nos grandes planaltos do Ganges, que se tornou um modelo para reinos indianos posteriores. Sob os governos dos Guptas, um hinduísmo renovado baseado na devoção ao invés da gestão ritualística começou a se estabelecer. A renovação se refletiu em um florescimento da escultura e da arquitetura, que encontrou patronos entre uma elite urbana. A literatura sânscrita clássica floresceu e ciência, astronomia, medicina e matemática indianas tiveram avanços significativos.
Idade média
A idade medieval indiana, de 600 d.C. a 1200 d.C., é definida por reinos regionais e pela diversidade cultural. Quando o imperador Harsha de Kannauj, que governou grande parte da Planície do Ganges de 606 a 647 d.C., tentou expandir seu território para o sul, ele foi derrotado pelo governante Chalukya do Decão. Seu sucessor, na tentativa de expandir para o leste, foi derrotado pelo rei Pala de Bengala. Quando os Chalukyas tentaram se expandir para o sul, eles foram derrotados pelos Pallavas, que por sua vez se opunham aos Pandyas e aos Cholas, de ainda mais ao sul. Nenhum governante desse período foi capaz de criar um império unificado e os territórios sob seu controle geralmente não passavam muito além de sua região central. Durante este tempo, povos de pastoreio cujas terras tinham sido liberadas para abrir caminho para a crescente economia agrícola foram acomodados dentro do sistema de castas, assim como as novas classes dominantes não tradicionais. O sistema de castas, consequentemente, começou a mostrar as diferenças regionais.
Nos séculos VI e VII, os primeiros hinos devocionais foram criados na língua tâmil. Eles foram imitados por toda a Índia e levaram ao ressurgimento do hinduísmo e ao desenvolvimento de todas as línguas modernas do subcontinente. A realeza indiana, grande e pequena, e os templos por ela frequentados, atraíram cidadãos em grande número para as principais cidades, que tornaram-se também importantes centros econômicos. Templos em cidades de vários tamanhos começaram a aparecer em todos os lugares ao mesmo tempo que a Índia passava por outra era de urbanização. Pelos séculos VIII e IX, os efeitos disso foram sentidos no Sudeste da Ásia, conforme os sistemas culturais e políticos do sul da Índia eram exportados para terras que se tornaram parte dos atuais Myanmar, Tailândia, Laos, Camboja, Vietnã, Malásia e Java (Indonésia). Comerciantes, estudiosos e às vezes exércitos indianos envolveram-se nesta transmissão cultural; os asiáticos do sudeste do continente também tomaram a iniciativa e organizaram muitas peregrinações para os seminários indianos, além de terem traduzido os textos budistas e hindus para os seus respectivos idiomas.
Após o século X, clãs nômades muçulmanos do centro da Ásia usaram cavalaria de guerra e organizaram vastos exércitos unidos pela etnia e religião para invadir repetidamente as planícies do noroeste da Ásia Austral, levando à criação do islâmico Sultanato de Déli em 1206.O sultanato controlou grande parte do norte da Índia e fez muitas incursões ao sul do subcontinente. Embora tenha sido perturbador para as elites indianas, o sultanato deixou a vasta população não muçulmana sujeita às suas próprias leis e costumes. Ao repelir repetidamente os invasores mongóis no século XIII, o sultanato salvou a Índia da devastação experimentada pela Ásia Central e Ocidental, criando o cenário para séculos de migração de soldados, homens instruídos, místicos, comerciantes, artistas e artesãos que vinham em fuga daquelas regiões para o subcontinente indiano, criando assim uma cultura indo-islâmica sincrética no norte do país.58 59 A invasão do sultanato e o enfraquecimento dos reinos da região do sul da Índia abriram o caminho para o Império Vijayanagara.Abraçando uma forte tradição xivaísta e construído sobre a tecnologia militar do sultanato, o império passou a controlar a maior parte da Índia peninsular e foi influente na sociedade do sul do país por muito tempo depois.
Era moderna
No início do século XVI, o norte da Índia, na época sob domínio principalmente muçulmano, caiu novamente para a superioridade da mobilidade e do poder de fogo de uma nova geração de guerreiros da Ásia Central. O subsequente Império Mogol não erradicou as sociedades locais que passou a governar, mas as equilibrou e pacificou através de novas práticas administrativas e de elites dominantes diversas e inclusivas, levando a uma lei mais sistemática, centralizada e uniforme por todo o império. Evitando sua identidade tribal e islâmica, especialmente durante o governo de Akbar, os mogols uniram seus reinos distantes através da lealdade, expressa através de uma cultura influenciada pela Pérsia e de um imperador que tinha importância quase divina. As políticas econômicas do Estado Mogol tiravam a maior parte das receitas do império do setor agrícola e determinavam que os impostos deviam ser pagos em moedas de prata oficiais, o que causou a entrada de camponeses e artesãos em mercados maiores. A relativa paz mantida pelo império durante grande parte do século XVII foi um dos fatores que ajudaram na expansão econômica da Índia nesse período, o que resultou em investimentos maiores em pintura, além de obras literárias, têxteis e de arquitetura. Novos grupos sociais homogêneos no norte e no oeste da Índia, como os marathas, os rajputs e os sikhs, ganharam ambições militares e de governo durante o domínio mogol, que, através da colaboração ou da adversidade, deu-lhes reconhecimento e experiência militar. A expansão do comércio durante o governo mogol deu origem à novas elites comerciais e políticas ao longo das costas do sul e do leste do país. À medida que o império se desintegrou, muitas dessas elites foram capazes de manter seus negócios sob controle.
Em 1498 o navegador português Vasco da Gama chega a Calecute, na costa ocidental do subcontinente indiano, o marco inicial de uma relação luso-indiana que duraria cerca de 500 anos.Em 1510, o explorador português Afonso de Albuquerque amplia os territórios portugueses com a conquista de Goa, que rapidamente se tornaria a capital do Estado Português da Índia (uma entidade política parte do Império Português). A Índia Portuguesa, como a colônia lusitana também era conhecida, inicialmente abrangia todos os territórios conquistados pelos portugueses noOceano Índico, mas depois ficou restrita à Costa do Malabar, em territórios como Goa, Damão, Diu, Ilha de Angediva, Dadrá e Nagar Haveli, Simbor e Gogolá. No início do século XVIII, com a linha entre a dominação comercial e política cada vez mais tênue, uma série de empresas comerciais europeias, como a Companhia Britânica das Índias Orientais, haviam estabelecido postos nas regiões costeiras do país. O controle dos mares, maiores recursos, treinamento militar e tecnologia mais avançados levaram a Companhia Britânica das Índias Orientais a flexionar cada vez mais a sua força militar e tornar isso atraente para uma parcela da elite indiana; esses dois fatores foram cruciais para permitir que a Companhia Britânica ganhasse o controle sobre a região de Bengala em 1765 e marginalizasse as outras empresas europeias concorrentes O acesso maior às riquezas da Bengala e o subsequente aumento da força e do tamanho de seu exército permitiram à Companhia das Índias Orientais anexar ou subjugar a maior parte do subcontinente indiano durante os anos 1820. A Índia então parou de exportar bens manufaturados e, em vez disso, passou a abastecer o Império Britânico com matérias-primas. Esse momento é considerado por muitos historiadores o início do período colonial no país. Por esta altura, com seu poder econômico severamente restringido pelo parlamento britânico, a Companhia começou a entrar mais conscientemente em áreas não econômicas, como educação, reforma social e cultura.
Era contemporânea
Os historiadores consideram que a era contemporânea da Índia começou em algum momento entre 1848 e 1885. A nomeação, em 1848, de James Broun-Ramsay, Lord Dalhousie, como governador-geral do Companhia das Índias Orientais preparou o palco para alterações essenciais na transição do país para um Estado moderno. Estas mudanças incluíram a consolidação e a demarcação da soberania, a vigilância da população e a educação dos cidadãos. Mudanças tecnológicas — como as ferrovias, os canais e o telégrafo — foram introduzidas no país não muito tempo depois de sua introdução na Europa. No entanto, a insatisfação com a Companhia também cresceu durante este período e definiu a Revolta dos Sipais, em 1857. Alimentada por diversos ressentimentos e percepções entre a população, como as invasivas reformas sociais ao estilo britânico, altos impostos sobre propriedades e o tratamento sumário de alguns príncipes e fazendeiros ricos, a revolta abalou muitas regiões do norte e do centro da Índia e sacudiu os alicerces do governo da Companhia.Embora a rebelião tenha sido reprimida em 1858, ela levou à dissolução da Companhia das Índias Orientais e a administração da Índia passou a ser exercida diretamente pelo governo britânico. Além de proclamarem um Estado unitário e um sistema parlamentarista limitado, inspirado pelo parlamento britânico, os novos governantes também protegeram príncipes e aristocratas como uma salvaguarda contra uma possível agitação feudal futura. Nas décadas seguintes, a vida pública emergiu gradualmente em toda a Índia, levando à fundação do partido Congresso Nacional Indiano, em 1885.
A corrida tecnológica e a comercialização da agricultura na segunda metade do século XIX foi marcada por muitos contratempos econômicos — muitos pequenos produtores tornaram-se dependentes dos caprichos de mercados distantes.Houve um aumento no número de grandes crises de fome e, apesar dos riscos do desenvolvimento de uma infraestrutura suportada pelos contribuintes indianos, pouco emprego industrial foi gerado para a população. Houve também efeitos salutares: cultivos comerciais, especialmente na região recém canalizada do Punjabe, levaram a um aumento da produção de comida para o consumo interno. A rede ferroviária, desde o alívio da crise de fome, ajudou a reduzir o custo dos bens móveis e auxiliou a nascente indústria indiana.
Após a Primeira Guerra Mundial, onde alguns milhares de indianos serviram, um novo período começou. Ele foi marcado por reformas britânicas, mas também por uma legislação mais repressiva; pelas reivindicações cada vez mais estridentes da população indiana por independência e pelo começo de um movimento não-violento de não-cooperação, do qual Mohandas Karamchand Gandhi se tornaria o líder e símbolo de resistência.Durante os anos 1930, uma lenta reforma legislativa foi promulgada pelos britânicos e o Congresso Nacional Indiano saiu vitorioso nas eleições seguintes. A década posterior foi cheia de crises: a participação indiana na Segunda Guerra Mundial, o impulso final do Congresso para a não-cooperação com os britânicos e uma onda de nacionalismo muçulmano. Todos foram coroados com o advento da independência em 1947, mas ao custo de uma sangrenta divisão do subcontinente em dois Estados: Índia e Paquistão.
Vital para a auto-imagem da Índia como uma nação independente foi a sua constituição, concluída em 1950, que colocou no lugar da antiga colônia britânica uma república secular e democrática. Nos 60 anos seguintes, a Índia teve um resultado misto de sucessos e fracassos. Manteve-se uma democracia com liberdades civis, uma Suprema Corte ativista e uma imprensa, em grande parte, independente.A liberalização econômica, que teve início na década de 1990, criou uma grande classe média urbana e transformou a Índia em uma das economias de mais rápido crescimento no mundo, o que aumentou a influência geopolítica do país. Filmes, músicas e ensinamentos espirituais indianos desempenham um papel cada vez maior na cultura mundial. No entanto, o país também tem sido oprimido por uma pobreza aparentemente inflexível, tanto no meio rural quanto no urbano; pela violência religiosa e entre castas; por grupos insurgentes de inspiração maoista chamados naxalitas; e pelo separatismo em Jammu e Caxemira e no Nordeste da Índia. O país tem disputas territoriais não resolvidas com a China, que se deterioraram até a guerra sino-indiana de 1962; e com o vizinho Paquistão, em guerras travadas em 1947, 1965, 1971 e 1999.A rivalidade nuclear entre a Índia e o Paquistão veio à tona em 1998. As liberdades democráticas sustentadas da Índia são únicas entre as novas nações do mundo; no entanto, apesar de seus sucessos econômicos recentes, a liberdade de sua população desfavorecida continua a ser um objetivo a ser alcançado.
Geografia
A Índia ocupa a maior parte do subcontinente indiano, encontrando-se por cima da placa indiana, uma placa tectônica que faz parte da placa indo-australiana. Os processos geológicos que definiram a atual situação geográfica da Índia começaram há 75 milhões de anos, quando o subcontinente indiano, então parte do sul do supercontinente Gondwana, começaram a se mover para nordeste através do que posteriormente se converteria no Oceano Índico. A colisão superior do subcontinente com a placa euro-asiática e a subducção debaixo dela deram lugar à cordilheirado Himalaia, o sistema montanhoso mais alto do planeta, que atualmente é a fronteira da Índia a norte e a noroeste. O antigo leito marinho que emergiu imediatamente ao sul do Himalaia fez com que o movimento da placa criasse uma grande depressão, que foi sendo levada pouco a pouco por sedimentos propagados por rios, o que atualmente constitui a Planície Indo-Gangética. A oeste desta planície encontra-se o deserto do Thar, separada pela cordilheira Avaralli.
A placa original indiana corresponde hoje ao subcontinente indiano, sendo também a parte mais antiga e estável da Índia, que se estende desde o norte, com as cordilheiras Satpura e Vindhya no centro. Estas cordilheiras paralelas vão desde a costa do mar Arábico, no estado de Gujarat, até oplanalto de Chota Nagpur, no estado de Jharkhand. No sul, o planalto do Decão contém à esquerda e à direita os Gates Ocidentais e Orientais;o planalto contém as formações rochosas mais antigas do território, algumas com mais de um bilhão de anos de idade. Os pontos extremos do país se localizam a 6° 43' e 39° 26 'de latitude norte[c] e 68°7' e 89°25' de longitude leste.
A Índia tem 7 517 quilômetros de litoral; destes 5 423 pertencem ao subcontinente indiano e 2 094 pertencem aos arquipélagos de Andamão e Nicobare Laquedivas. Segundo dados, a costa indiana tem 43% de praias arenosas, 11% de costas rochosas (incluindo falésias) e 46% de marismas ou costas pantanosas. Os principais rios têm sua origem na cordilheira Himalaia, como o Ganges e o Brahmaputra, que desembocam no golfo de Bengala. Entre os afluentes mais importantes do Ganges encontram-se os rios Yamuna e o Kosi, cuja pendente extremamente baixa provoca inundações catastróficas quase ou todos os anos. Os rios peninsulares mais importantes cujas pendentes que evitam inundações são o Godavari, oMahanadi, o Kaveri e o Krishna, que também desembocam no golfo de Bengala; e os rios Narmada e Tapti, que desembocam no mar Arábico.Na costa oeste, encontram-se também os pântanos do Rann de Kutch, enquanto no leste há a área protegida de Sundarbans, que a Índia divide comBangladesh. A Índia possui dois arquipélagos: Laquedivas, atóis de corais na costa sudoeste indiana e as ilhas de Andamão e Nicobar, cadeias de ilhas vulcânicas no mar de Andamão.
O clima indiano é fortemente influenciado pelo Himalaia e pelo deserto do Thar, os quais favorecem o desenvolvimento das monções. O Himalaia barra a entrada de ventos catabáticos frios, vindos da Ásia Central, mantendo a maior parte do subcontinente indiano mais quente do que a maioria das localidades que se localizam em latitudes similares. O deserto do Thar desempenha um papel crucial para atrair ventos de monção carregados de umidade desde o sudoeste, os quais entre junho e outubro proporcionam a maioria das precipitações do país.As zonas climáticas principais que predominam em território indiano são o tropical úmido, tropical seco e o subtropical úmido.
Flora e fauna
O território indiano se encontra dentro da biorregião himalaia, que apresenta grande biodiversidade. Acolhendo 7,6% de todos os mamíferos, 12,6% de todas as aves, 6,2% de todas os répteis, 4,4% de todos os anfíbios, 11,7% de todos os peixes e 6% de todas as espermatófitas do mundo, a Índia é um dos dezoito países megadiversos. Em muitas regiões indianas existem altos níveis de endemismo; em geral, 33% das espécies indianas sãoendêmicas.
Os bosques da Índia variam de florestas úmidas nas ilhas de Andamão, Gates Ocidentais e noroeste indiano, até florestas temperada de coníferas do Himalaia. Entre esses extremos encontram-se os bosques caducifólios da Índia Oriental; o bosque caducifólio no centro-sul e o bosque xerófito doDecão central e a planície ocidental do Ganges. Estima-se que menos de 12% da massa da Índia Continental esteja coberta por densos bosques.
Muitas espécies da Índia são descendentes de táxons originários de Gondwana, do qual a placa tectônica indiana se separou. O movimento posterior da placa do subcontinente indiano e a sua colisão com a massa de terra da Laurásia deu início a um intercâmbio massivo das espécies. Entretanto, ovulcanismo e as mudanças climáticas registradas há vinte milhões de anos provocaram uma extinção em massa de espécies originárias de Gondwana. A partir de então, mamíferos ingressaram ao subcontinente a partir da Ásia por meio de dois passos zoogeográficos em ambos os lados emergentes do Himalaia. Em consequência, apenas 12,6% dos mamíferos e 4,6% das aves são espécies endêmicas, em contraste com 45,8% dos répteis e 55,8% de anfíbios endêmicos. Na Índia existem 172 espécies ameaçadas, ou 2,9%. Entre elas encontram-se o leão-asiático, o tigre-de-bengala e o abutre-indiano-de-dorso-branco (Gyps bengalensis), que está quase ameaçado de extinção devido à ingestão de carne de gado tratada com diclofenaco.
Nas últimas décadas, a invasões humanas generalizadas e ecologicamente devastadoras criaram uma ameaça crítica à vida silvestre da Índia. Em resposta, o sistema de áreas protegidas e parques nacionais, estabelecido pela primeira vez em 1935, foi ampliado consideravelmente. Em 1970, o governo indiano decretou a Lei de Proteção da Vida Silvestre e o "Projeto Tigre", para proteger o habitat crucial destes animais, além de em 1980 ter sido decretada a Lei de Conservação dos Bosques. A Índia tem mais de quinhentos santuários de vida selvagem e trezereservas da biosfera, quatro das quais fazem parte da Rede Mundial de Reservas da Biosfera. Vinte e cinco zonas de umidade estão registradas na Convenção sobre as Zonas Úmidas.
Demografia
Com uma população de mais de um bilhão de habitantes, a Índia é o segundo país mais populoso do mundo. Desde os anos 1960, o país tem vivido um rápido aumento em sua população urbana devido, em grande parte, aos avanços médicos e aos aumentos massivos da produtividade agrícola devidos à "revolução verde". A população urbana da Índia no fim do século XX era onze vezes superior à do início do século e vem se concentrando cada vez mais nas grandes cidades. Em 2001, 35 cidades indianas tinham população igual ou superior a um milhão de habitantes. Cada uma das três cidades mais populosas (Bombaim, Deli e Calcutá) tinham então mais de dez milhões de habitantes. Porém, nesse mesmo ano, 70% da população indiana vivia em áreas rurais.
A Índia é a segunda entidade geográfica com maior diversidade cultural, linguística e genética do mundo, depois da África. O país é o lar de duas grandes famílias linguísticas: a indo-ária (falado por aproximadamente 74% da população) e a dravídica (falada por aproximadamente 24%). Outras línguas faladas na Índia provêm das línguas austro-asiáticas e tibeto-birmanesas. O hindi (ou híndi) conta com o maior número de falantes e é a língua oficial da república.O inglês é utilizado amplamente em negócios e na administração e tem o status de "idioma oficial subsidiário", sendo também importante na educação, especialmente no ensino médio e superior.
Cada estado e território da união tem seus próprios idiomas oficiais e a constituição reconhece outras 21 línguas, que são faladas por um importante setor da população ou são parte da herança histórica indiana, e que são denominadas "línguas clássicas". Enquanto o sânscrito e o tâmil têm sido consideradas como línguas clássicas por muitos anos, o governo indiano também concedeu o estatuto de língua clássica ao kannada e ao telugu.O número de dialetos na Índia chega a mais de 1 652.
Mais de 800 milhões de indianos (80,5 % da população) são hindus. Outros grupos religiosos com presença importante no país são muçulmanos(13,4 %), cristãos (2,3 %), siquistas (1,9 %), budistas (0,8 %), jainistas (0,4 %), judeus, zoroastristas (parsis), entre outros. Os adivasi constituem 8,1 % da população. A Índia tem a terceira maior população muçulmana do mundo e a maior população muçulmana para um país de maioria não muçulmana.
A taxa de alfabetização no país é de 64,8% (53,7% para as mulheres e 75,3% para os homens) O estado com o maior índice de alfabetização éKerala, com 91%, enquanto Bihar tem a menor taxa, com apenas 47%. A razão sexual é de 944 homens para cada mil mulheres, enquanto que a taxa de crescimento demográfico anual é de 1,38%; a cada ano são registrados 22,01 nascimentos para cada mil pessoas. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a cada ano morrem novecentos mil indianos por beberem água imprópria e por inalarem ar contaminado. A malária é endêmica na Índia. Existem cerca de 60 médicos para cada 100 mil pessoas no país.
Esportes
Na Índia, vários esportes tradicionais permanecem bastante populares, como o kabaddi, kho kho, pehlwani e gilli-danda. Algumas das primeiras formas deartes marciais asiáticas, como kalari payattu, mushti yuddha, silambam e marma adi, se originaram na Índia. O Rajiv Gandhi Khel Ratna e o Prêmio Arjuna são as mais altas formas de reconhecimento do governo para a realização atlética; o Prêmio Dronacharya é concedido pela excelência em treinamento. O xadrez, que acredita-se que originou-se na Índia como chaturanga, está a recuperar popularidade com o aumento do número de mestres indianos nesse esporte.O tradicional jogo de tabuleiro indiano chamado pachisi foi jogado em uma quadra gigante de mármore pelo imperador Akbar.
Os bons resultados conquistados pela equipe indiana de Copa Davis e outros tenistas indianos no início no início de 2010 fizeram o tênis se tornar cada vez mais popular no país. A Índia tem uma presença relativamente no tiro esportivo e já ganhou várias medalhas no Jogos Olímpicos, nos Campeonatos do Mundo de tiro e nos Jogos da Commonwealth. Outros esportes em que os indianos foram bem sucedidos internacionalmente incluem o badminton, oboxe e o wrestling. O futebol é popular em Bengala Ocidental, Goa, Tamil Nadu, Kerala e em estados do nordeste.
O hóquei em campo na Índia é administrado pelo Hockey India. A seleção nacional de hóquei venceu a Copa do Mundo de Hóquei sobre a Grama de 1975 e, até 2012, tinha oito medalhas olímpicos de ouro, uma de prata e duas de bronze nesse esporte, o que a torna a equipe mais bem sucedida dessa prática. A Índia também tem desempenhado um papel importante na popularização do críquete, sendo o esporte mais popular do país. O críquete indiano ganhou a Copa do Mundo de Críquete de 1983 e de 2011, ICC Mundial Twenty20 de 2007 e dividiu o troféu do ICC Champions de 2002 com o Sri Lanka. O Conselho Nacional de Controle do Críquete na Índia (BCCI) realiza uma competição Twenty20 conhecida como Indian Premier League. A Índia já hospedou ou co-organizou vários eventos esportivos internacionais; os Jogos Asiáticos de 1951 e de1982, as Copas do Mundo de Críquete de 1987, 1996 e 2011, os Jogos Afro-Asiáticos de 2003, o ICC Champions Trophy de 2006, a Copa de Hóquei Masculino de 2010 e os Jogos da Commonwealth de 2010. Grandes eventos esportivos internacionais realizados anualmente na Índia incluem o Chennai Open (tênis), a Maratona de Bombaim, a Meia Maratona de Deli e o Indian Masters(golfe). O primeiro Grande Prêmio da Índia aconteceu no final de 2011. O país tem sido, tradicionalmente, dominante nos Jogos Sul-Asiáticos. Um exemplo dessa dominação é a competição de basquete onde seleção nacional indiana de basquete venceu três dos quatro torneios até à data.
Feriados
Data | Nome em português | Nome local | Observações |
---|---|---|---|
Fevereiro-março | Holi - Festival das cores | ||
26 de janeiro | Dia da República | भारतीय प्रजासत्ताक दिन | |
15 de agosto | Dia da Independência | ||
Agosto-setembro | Festival de Ganexa | ||
2 de outubro | Aniversário de Mahatma Gandhi | ||
Outubro-novembro | Diwali - Festival das Luzes |
Cinema e mídia
A indústria cinematográfica indiana é a maior do mundo. Bollywood, bairro localizado na cidade de Bombaim onde são feitos os filmes e comerciais em hindi, foi recentemente convertido como o centro da indústria cinematográfica mais prolífica do mundo, igualando sua importância com Hollywood. Também são feitos filmes tradicionais e comerciais em zonas onde o bengali,canarês, malayalam, marathi, tâmil e telugu são idiomas oficiais. O cinema do sul da Índia atrai mais de 75% da receita do cinema nacional.
A radiodifusão televisiva começou na Índia, em 1959, como um meio estatal de comunicação e teve expansão lenta por mais de duas décadas. O monopólio estatal na transmissão da televisão terminou em 1990 e, desde então, canais por satélite têm se tornado cada vez mais populares na cultura popular da sociedade indiana. Hoje, a televisão é a mídia com maior alcance na Índia; estimativas da indústria indicam que em de 2012, havia mais de 554 milhões de consumidores de TV, 462 milhões de satélite e/ou conexões por cabos, em comparação com outras formas de mídia de massa, como a imprensa (350 milhões), o rádio (156 milhões) ou a internet (37 milhões).
Artes e arquitetura
Grande parte da arquitetura indiana, incluindo o Taj Mahal e outras obras da arquitetura mogol e do sul da Índia, combina antigas tradições locais com estilos importados de outras nações. A arquitetura vernacular, no entanto, é altamente regionalizada. A Vastu Shastra, literalmente "ciência da construção" ou "arquitetura" e atribuída a Mamuni Maia, explora como as leis da natureza afetam as habitações humanas, além de empregar geometria precisa e alinhamentos direcionais para refletir construções cósmicas.
A arquitetura dos templos hindus é influenciada pelos Shastras Shilpa, uma série de textos fundamentais cuja forma mitológica básica é a mandala Vastu-Purusha, uma praça que encarna o conceito de "absoluto". O Taj Mahal, construído na cidade de Agra entre 1631 e 1648 por ordem do imperador Shah Jahan e em memória de sua esposa, é descrito na lista do Patrimônio Mundial da UNESCO como "a jóia da arte muçulmana na Índia e uma das obras-primas universalmente admiradas da herança do mundo". A arquitetura neo-indo-sarracena, desenvolvida pelos britânicos no final do século XIX, baseou-se em arquitetura indo-islâmica.
Culinária
A culinária indiana apresenta uma forte dependência de ervas e especiarias, com pratos muitas vezes apelando para o uso sutil de uma dúzia ou mais de condimentos diferentes; a gastronomia do país também é conhecida por suas preparações tandoori. No tandoor, um forno de argila usado na Índia há quase 5 000 anos, as carnes ficam com uma "suculência incomum" e é possível produzir o pão sírio inchado conhecido como naan. Os alimentos básicos são o trigo (principalmente no norte do país), arroz (especialmente no sul e no leste) e lentilhas. Muitas especiarias populares no mundo todo são nativas do subcontinente indiano,enquanto o pimentão, que é nativo das Américas e foi introduzida pelos portugueses, é amplamente utilizado pela população local. O ayurveda, um sistema de medicina tradicional, usa seis rasas e três gunas para ajudar a descrever os comestíveis. Ao longo do tempo, conforme os sacrifícios de animais feitos pelos védicos foram suplantados pela noção de sacralidade inviolável da vaca, o vegetarianismo foi associado a um alto nível religioso e tornou-se cada vez mais popular, uma tendência auxiliada pelo aumento de normasbudistas, jainistas e bhaktis hindus. A Índia tem a maior concentração de vegetarianos do mundo: uma pesquisa realizada em 2006 constatou que 31% dos indianos eram lactovegetarianos e outros 9% eram ovovegetarianos.Entre os costumes alimentares mais tradicionais e comuns estão refeições feitas perto ou no próprio chão, refeições segregadas por casta e gênero e uso da mão direita ou de um pedaço de roti (tipo de pão) no lugar dos talheres.
Cultura
A história cultural indiana se estende por mais de 4 500 anos de história. Durante o período védico (ca. 1 700-500 a.C.), os fundamentos da filosofia, mitologia e literatura hindu foram estabelecidos e muitas crenças e práticas que ainda existem atualmente, tais como dharma, karma, yoga e moksha, foram consolidadas. A Índia é notável por sua diversidade religiosa, sendo hinduísmo, sikhismo, islamismo, cristianismo e jainismo as principais e mais populares religiões do país. A religião predominante, o hinduísmo, foi moldada por várias escolas históricas de pensamento, como osupanixades, os yoga sutras, o movimento bhakti e a filosofia budista.
A cultura indiana está marcada por um alto grau de sincretismo e pluralismo. Os indianos têm conseguido conservar suas tradições previamente estabelecidas, enquanto absorvem novos costumes, tradições e ideias de invasores e imigrantes, ao mesmo tempo que estendem a sua influência cultural a outras partes da Ásia, principalmente Indochina e Extremo Oriente.
A sociedade tradicional da Índia está definida como uma hierarquia social relativamente restrita. O sistema indiano de castas descreve a estratificação e as restrições sociais do subcontinente indiano; também define as classes sociais por grupos endogâmicos hereditários, que a princípio se denominam jatis ou castas. A Índia declarou a "intocabilidade" ilegal em 1947 e, desde então, promulgou outras leis anti-discriminatórias e iniciativas para o bem-estar social, embora relatórios sugiram que muitos dalits ("ex-intocáveis") e outras castas mais baixas em áreas rurais continuam a serem segregagadas e enfrentam perseguição e discriminação.No local de trabalho das grandes cidades e nas principais empresas indianas ou internacionais, o sistema de castas praticamente perdeu a sua importância.
Os valores tradicionais das famílias indianas são muito respeitados e o modelo patriarcal tem sido o mais comum durante séculos, ainda que recentemente a família nuclear esteja se convertendo no modelo seguido pela população que vive na zona urbana.A maioria dos indianos têm seuscasamentos arranjados por seus pais e por outros membros da família respeitados, com o consentimento da noiva e do noivo. O matrimônio é planejado para toda a vida, a taxa de divórcio é extremamente baixa. O casamento na infância é ainda uma prática comum, já que metade das mulheres indianas se casam antes dos dezoito anos.
Muitas celebrações indianas são de origem religiosa, ainda que algumas sejam celebradas independentemente da casta ou credo. Alguns dos festivais mais populares do país são: Diwali, Holi, Durga Puja, Eid ul-Fitr, Eid al-Adha, Natal e Vesak. Além destas, a nação tem três festas nacionais: o dia da República, o dia da independência e o Gandhi Jayanti, em homenagem a Mahatma Gandhi. Uma outra série de dias festivos, variando entre nove e doze dias, são oficialmente celebrados em cada estado nacional. As práticas religiosas são parte integral da vida cotidiana e são um assunto de interesse público. A roupa tradicional varia de acordo com as cores e estilos segundo a região e depende de certos fatores, incluindo o clima. Os estilos de vestir incluem prendas simples como o sári para as mulheres e o dhoti para os homens; calças e camisas de estilo europeu também são populares entre os homens.O uso de jóias delicadas, modeladas em flores reais usados durante a Índia antiga, faz parte de uma tradição que remonta a cerca de 5.000 anos; pedras preciosas também são usados na Índia como talismãs.
Saúde
A Índia tem um sistema de saúde universal mantido pelos seus estados e territórios constituintes. A constituição cobra de cada estado "elevar o nível da nutrição e da qualidade de vida de seu povo e da melhoria da saúde pública como entre suas funções primárias". A Política Nacional de Saúde foi aprovada pelo Parlamento da Índia em 1983 e atualizada em 2002. Paralelo ao setor de saúde pública, e de fato mais popular, é o setor médico privado. Famílias indianas urbanas e rurais tendem a utilizar o setor médico privado com mais frequência do que o setor público, como refletido em pesquisas.
A Índia tem uma expectativa de vida de 64/67 anos (m/f) e uma taxa de mortalidade infantil de 61 por mil nascidos vivos. 42% das crianças indianas abaixo de três anos de idade são desnutridas, taxa maior que a encontrada em estatísticas da região subsaariana da África, que é de 28%. Embora a economia do país tenha crescido 50% entre 2001 e 2006, a taxa de desnutrição infantil caiu apenas 1%, ficando atrás de países com taxas de crescimento similares. A desnutrição impede o desenvolvimento social e cognitivo das crianças, além de reduzir seus níveis de escolaridade e renda quando adultas. Estes danos irreversíveis resultam em uma menor produtividade para o país. Como mais de 122 milhões de famílias sembanheiros e 33% sem acesso à latrinas, mais de 50% da população do país (638 milhões de pessoas) defecam ao ar livre todos os dias. Esta taxa é consideravelmente maior do que as de Bangladesh e Brasil (7%) e da China (4%). Apesar de 211 milhões de pessoas terem ganho acesso a sistemas de saneamento básico entre 1990 e 2008, apenas 31% utilizam os recursos oferecidos.
Educação
A educação no país é fornecida e mantida pelos setores público e privado, com controle e financiamento proveniente de três níveis de governo: central, estadual e local. Na cidade antiga de Takshasila foi encontrado o primeiro centro de ensino superior registrado da Índia, datado do século V a.C., mas é discutível se ele pode ser considerado uma universidade. A Universidade de Nalanda, fundada em 470, foi o mais antigo sistema educacional universitário de todo o mundo, no sentido moderno de "universidade".
A educação ocidental enraizou-se na sociedade indiana com o estabelecimento do Raj britânico. O sistema educacional indiano está sob o controle do Governo da União e, com alguma autonomia, dos estados. Vários artigos da constituição indiana classificam a educação como um direito fundamental. A maioria das universidades no país são controladas pela União ou pelos governos dos estados. O país tem feito progressos em aumentar a taxa de frequência no ensino primário e na expansão da alfabetização para cerca de três quartos da população. A melhora no sistema de ensino indiano é frequentemente citada como um dos principais contribuintes para o crescimento econômico do país nos últimos anos. Grande parte do progresso, especialmente na educação superior e na pesquisa científica, foi atribuído a várias instituições públicas. O mercado educacional privado indiano movimentou 40 bilhões de dólares em 2008 e aumentou esse valor para 70 bilhões em 2012.
No entanto, o país continua a enfrentar severos desafios nessa área. Apesar do crescente investimento educacional, 25% de sua população ainda é analfabeta, apenas 15% dos estudantes indianos chegam à escola secundária e apenas 7% à pós-graduação. A qualidade da educação, seja no ensino fundamental ou no superior, é significativamente baixa em comparação com a das principais nações em desenvolvimento. Em 2008, as instituições de ensino superior ofereciam vagas suficientes para apenas 7% da população em idade universitária do país, 25% dos cargos de ensino em todo a Índia estão vagos e 57% dos professores universitários indianos não tinham mestrado ou doutorado.Em 2011, existiam 1 522 faculdades de engenharia, com um total anual de 582 mil estudantes, além de 1 244 politécnicos, com um total anual de 265 mil estudantes. No entanto, estas instituições enfrentam problemas, como a escassez de professores e preocupações têm sido levantadas sobre a qualidade do ensino oferecido.
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